MTA: O Avarento

O Avarento

Grupo de Iniciação Teatral da Trafaria (GITT) apresenta:

O AVARENTO de Molière
6 Fev 2010, Sáb. 21h30
Auditório Fernando Lopes-Graça

M/12

Tradução: António Couto Viana; Encenação: Carlos Alfredo Amaral; Intérpretes: Miguel Guru, Rita Miranda, João Brás, Carla Silva Nogueira, Luís Lopes, Pedro Bernardino, Ana Rodrigues, Ana Califórnia, Jefferson Oliveira, Carlos Alfredo Amaral; Dramaturgia: Carlos Alfredo Amaral; Luz: Vítor Azevedo; Operação de Luz e Operação de Som: Alexandre; Som e Música: Carla Silva Nogueira; Cenografia: Vítor Mioma; Figurinos, Fotografia, Grafismo, Coreografia e Produção Executiva: GITT.

Encenamos a comédia O Avarento, de Molière, que ridiculariza o carácter da personagem do rico e forreta Harpagão. Cenograficamente vamos alterando a disposição de várias arcas em cada acto. A trama desenvolve-se em cinco actos, centrados no âmbito das questões familiares suscitadas pela avareza de Harpagão, o qual valoriza mais a economia do que as relações humanas com os filhos, e com os outros em geral. No fim ele recebe uma lição da vida, pois vê a sua fortuna “roubada”. E ainda lamenta não casar com Mariana, que seu filho Cleanto desposará; enquanto Valério, que se introduzira como chefe dos criados na sua morada, acaba por cumprir o propósito de casar com a filha do avaro. Deste modo ela escapa ao matrimónio de conveniência com o rico e idoso Anselmo – vindo-se a descobrir que este é o pai do próprio Valério e da Mariana. No fim tudo se compõe e acaba bem, apesar de não se constatar a mudança total no carácter de Harpagão.

Molière tem uma concepção lúcida e irónica sobre a natureza humana, estigmatiza os vícios sem ignorar as qualidades potenciais e os efeitos benéficos do amor. N’O Avarento faz-se o retrato crítico de Harpagão, manifestando a obsessão deste pelo dinheiro, quer se trate de discutir um casamento, de oferecer uma reparação, ou de visitar a querida arca. Harpagão vai denunciando a sua má fé, orientando constantemente o seu propósito para si mesmo, ou para a sua obsessão, excluindo do discurso os interlocutores a quem se dirige. Deste modo, Molière evita criar uma relação simbólica entre eles, como se tratasse de um diálogo entre crianças. De forma cómica, portanto, o autor desmascara as personagens, mostrando a sua autenticidade interior. Moral da história: devemos evitar que a riqueza e o dinheiro interfiram nos relacionamentos humanos e que as ambições ceguem os nossos valores espirituais e morais.
(Carlos Alfredo Amaral)